Foram muitos momentos felizes de minha infância,
adolescência e juventude. Muitas risadas, diversão e até emoções! Sempre
admirei sua vastidão e temia sua magnitude! Sempre admirei a coragem e audácia dos que
pulavam do seu paredão e, hoje, ao vê-la vazia de si, tão fraca, incompleta,
encho os olhos d'água e a mente de pensamentos de toda sorte, aliás, de nem
tanta sorte assim. Nunca, em toda minha vida, imaginei ou imaginaria ver-te
assim, num cenário tão desolador e desanimador. E como nordestino que sou,
humano que sou, resta-me pedir Àquele que tudo pode: torna a dar-me a alegria
dos dias de outrora, torna a dar-lhe - à
barragem Ingazeira - sua vivacidade, seu
esplendor que para muitos trouxe lágrimas e, para outros tantos, momentos
felizes e inesquecíveis. Espero, em breve, que o silêncio que hoje te sufoca dê
lugar a voz das águas da esperança, esperança de vida para ti e para os que de
ti dependem e sobrevivem, esperança de ver-te esbravejando dizendo: eis-me
aqui, renovada e viva. Salve a vida! Salve Barragem da Ingazeira!
Por Francis Airon de Brito
Imagens: Francis Airon
Observação: Fotos tiradas em março de 2014.
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