VENTUROSA-PE

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CAPITAL PERNAMBUCANA DE QUEIJO DE COALHO

terça-feira, 24 de março de 2015

Uma terra Venturosa (Parte II)

Em outros tempos, na hora de viagens urgentes durante a noite, um dos nomes mais lembrados em Venturosa era o de Seu Estêvão que morava numa casa que hoje é o Bar de Valmiro, vizinho ao armazém e à casa de Joãozinho Tenório e Dona Lúcia. A fachada da 1ª Igreja Batista de Venturosa permanece a mesma, talvez seja um recado para não nos esquecer dos bons tempos de outrora. Não esqueço as músicas de Milionário e Zé Rico tocando na oficina de Toinho de Marina e do ronco dos motores trabalhando na serraria de Bezinho. Como toda criança, recordo da minha curiosidade quando ia comprar leite na casa de Ione e dava uma espiada no portão lateral da casa de Seu Adalberto para ver as cotias que criavam. Por falar em Seu Adalberto, guardo em minha memória a sua imagem sentado ou na calçada de sua casa ou embaixo do pé de algaroba na Rua Manoel Joaquim da Silva. Outra recordação boa era que toda madrugada ouvia-se o motor da forrageira trabalhando lá em Ione. Na Rua do Barro Branco como não recordar da presteza, da bondade de Dona Maria Lenice Tenório, uma das pessoas mais queridas de nossa história. Quantas vezes alimentei as carpas do imenso tanque de Seu Jó Caxiado e, ao ver os quadros pintados por Joelma Caxiado até sonhava em ser pintor também. Lembro-me de Seu Lulu pai de Luluilton com sua alegria, educação e do vozeirão ao saudar as pessoas na rua. Também recordo da simplicidade e simpatia de Seu Ciço e Dona Leuzinha, pais de Lurdinha de Faísca. E a padaria de Seu Severino Cazuza na época em que se embalava os pães com aquele papel amarronzado. Por está no mesmo local até hoje e quase do mesmo jeito, pode-se dizer que um dos símbolos da rua é a Congregação Cristã do Brasil. Fui, muitas vezes, encomendar ou buscar cocadas na casa de Dona Mariinha, mãe de Joelson e Joédson. Onde funciona atualmente a Escola Pequeno Príncipe era a casa de Seu Zé Cachoeira. Vale lembrar que depois da casa da mãe de Denildo (DB) as casas eram poucas e mais embaixo ficavam os Sítios de Seu Zizi e de Seu Tão. Da Rua Miguel Xandú, lembro de Seu Chicó e Dona Terezinha e também de “Nego” Demir. Na Rua Barbosa Lima lembro da relojoaria de Seu Gilberto, da casa de Dona Wanda e Seu Dioclécio que mantém sua aparência original, onde tinha um cachorro imenso vigiando a casa, lembro que o prédio onde hoje funciona a Secretaria de Saúde tinha um muro de meia parede e que lá já funcionaram o Posto telefônico e a Secretaria de Educação. Ainda lembro de Bodinho. Na Rua Barbosa Lima ainda tem uma casa que também nos remete ao passado, é a casa que fica entre a casa do senhor Rui Moreno e a casa de Juciê da farmácia. Sem falar que nessa rua também fica o início ou o fim da rodovia PE-217, a tão conhecida pista dos buracos. Venturosa cresceu e os tempos mudaram!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Uma terra Venturosa (PARTE I)

Quando nasci ela já tinha aproximadamente 16 anos. E lá se foram mais 37. Quanto mais o tempo passa, mais me apaixono por ela. Apesar de seus 53 anos ela continua jovial e ainda tem muito a crescer. Mesmo não tendo visto seus primórdios, a história de sua origem já a tornava uma terra promissora. Boa sorte, seu primeiro nome e o seu segundo, Venturosa. Juntando como se fosse nome e sobrenome teríamos: BOA SORTE VENTUROSA. Entendeu? Vivo numa terra onde tudo concorre para o bem dos que nela habitam. Uma pequena valente, entre o calor do sertão e o frio do agreste. Já foi bacia leiteira de Pernambuco e é conhecida como terra do Queijo. Cenário de filmes. Terra de muitas histórias. E que histórias! Umas de alegrias, vitórias, conquistas, outras, porém, de dor e sofrimento. Afinal, a vida não é só de momentos bons. Histórias a parte, o tempo passa e passa numa velocidade que exige mais apreciação dos momentos, dos fatos, das pessoas. E num daqueles estalos que nos remete ao passado, às lembranças, me pego naquela Venturosa onde a tecnologia era coisa de TV. Como esquecer as brincadeiras de rua como a barra bandeira, o bila, o bacondê (se esconder) onde se contava de forma enrolada para chegar logo ao fim da contagem numa velocidade tão rápida que nem dava pra entender direito em que número se estava, ximbra (bola de gude), peão, papagaio (pipa), do bóba (bobo) – círculo com pessoa no meio para tomar a bola dos demais, de polícia e ladrão. Como esquecer as histórias do homem do caixão na ponte que dá acesso à Rua Nova ou dos valentes de Venturosa que eram temidos em toda região? O progresso veio. O desenvolvimento chegou, mas tenho muitas saudades e lembranças das ruas e pessoas, algumas que ainda nos brindam com suas existências e outras, infelizmente, não estão mais entre nós. Lembro da Praça da Matriz em sua primeira versão com o círculo no centro, onde brincávamos de bola ou de bila se equilibrando por cima da estrutura de ferro, também tinha um poste que dava choque e fazíamos fila para passar o choque de um para o outro e a dúvida era quem ia ficar por último. Na época que nem todos tinham condições financeiras favoráveis, a prefeitura disponibilizou uma televisão que ficava numa torre onde se reuniam várias pessoas para assistir novelas, filmes e jogos; era uma festa! Um de seus atrativos sempre foi a feira livre e, por falar em feira, lembro de seu Branquinho Valério que era o responsável pelas bancas. Como não lembrar da bodega de Seu Luiz da Rodagem e Dona Sebastiana, de Geoz Marinho dono de armazém de farelo, da Padaria de Dona Dolores que conserva sua estrutura quase do mesmo jeito, da banda de pífano ensaiando e animando os fins de tarde no Largo da Matriz ao lado da Igreja, da qual o avô de Sandriel fazia parte, de seu Ananias que tinha uma vendinha na Rua Neide Japiassú Araújo, do Bar de Deir onde às terças-feiras escutava os aboios e toadas dos que tomavam a tradicional dose de vinho, da Loja de brinquedos de Bizo onde hoje funciona o frigorífico de Zito. Na Rua Manoel Moreno, lembro de Seu Zé Preto pai de Zé Mildo da Casa das Frutas, lembro de Odon da prótese dentária (chapa), de Seu Ulisses do veado, de Dona Carminha Caxiado e seu vendedor de salgados, o Nelson. De Seu Antônio de Iaiá e Dona Maria de Iaiá, do casarão antigo que fazia esquina da Rua Manoel Moreno com o Largo da Matriz, atual consultório de Dr. Eudes. Ainda alcancei os aluguéis de bicicletas no dia da feira para quem queria aprender a andar ou mesmo passear um pouco. Recordo de Seu Ulisses da Movelaria e sua F1000 vermelha, na qual sempre “morcegávamos” quando seu filho Geovane ia guardar o dito veículo na garagem e ficava dando solavanco e aos trancos e barrancos nós morríamos de rir. Lembro do mercadinho de Seu Zé de Júlia e que quem o vigiava era o Biu cheirando tabaco sentado numa cadeira na calçada. Do relojoeiro, Seu Walter. Seu Antônio Doca, Dona Josia Doca e Paulinho com o Bar/lanchonete. De Joel, a quem adultos e crianças enfureciam quando assoviavam seu apelido Batatinha; parece até que estou ouvindo os assovios e seu xingamento e valentia perseguindo seus algozes. Seu Zé da Bateria e, quem o substituiu no ramo, seu Antônio da Bateria. Não há como esquecer do ponto que virou referência, inclusive política, da rua Manoel Moreno, o Barraco de Romão – meu pai – onde se lanchava, tomava-se aquele aperitivo ou mesmo um cafezinho, também vendia-se passagem para São Paulo ou Rio de Janeiro, o barraco ficava na primeira praça Rua. Tinha a casa de Dona Vitória, onde hoje funciona o Bar de Aldo e que também já foi o Frigorífico de Beto. E o Bar de Seu Enxadinha que continua quase do mesmo jeito. E a “casa de jogo” de Seu Valdecy Silva que ficava onde hoje funciona a Padaria Central. A serraria de Bezinho que hoje é um prédio desativado que faz esquina com a Rua Manoel Joaquim da Silva, a popular Rua de Ione. O que hoje quase ninguém tem, na época era para poucos, estou falando do telefone fixo, da antiga TELPE onde funcionavam duas cabines telefônicas e com uma atendente – minha irmã Paula já foi uma delas. Por falar em TELPE, lembro de seu Antônio da TELPE que era o mensageiro dos telefonemas na cidade. É, nossa Cidade cresceu, os tempos são outros!

Francis Airon de Brito


Em breve, a continuação do texto! Aguardem!

Janeiro de 2024: Novos Conselheiros Tutelares tomam posse em Venturosa

Na noite desse 10 de janeiro de 2024 aconteceu a cerimônia de posse dos novos conselheiros tutelares eleitos em outubro do ano passado (2023...